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"KISS" um aguardo eterno.

  • Matheus Ferraz
  • 27 de jan. de 2016
  • 2 min de leitura

E aí que hoje a tragédia que matou 242 pessoas na Boate Kiss em Santa Maria completa 3 anos.

3 anos sem a devida punição aos responsáveis.

3 anos de sofrimento e de lembranças vazias.

O pior é pensar que poderia ser qualquer um de nós entre os 242 que se foram.

Que mesmo com uma tragédia tão gritante casas noturnas continuam funcionando sem a menor segurança.

Fica aqui meus sentimentos aos familiares das vítimas que ainda não descansaram e sim cansaram em luta por justiça.

Encerro este grito com um texto postado por Fabrício Carpinejar no dia fatídico.

“A MAIOR TRAGÉDIA DE NOSSAS VIDAS

Morri em Santa Maria hoje. Quem não morreu? Morri na Rua dos Andradas, 1925. Numa ladeira encrespada de fumaça. A fumaça nunca foi tão negra no Rio Grande do Sul. Nunca uma nuvem foi tão nefasta. Nem as tempestades mais mórbidas e elétricas desejam sua companhia. Seguirá sozinha, avulsa, página arrancada de um mapa. A fumaça corrompeu o céu para sempre. O azul é cinza, anoitecemos em 27 de janeiro de 2013. As chamas se acalmaram às 5h30, mas a morte nunca mais será controlada. Morri porque tenho uma filha adolescente que demora a voltar para casa. Morri porque já entrei em uma boate pensando como sairia dali em caso de incêndio. Morri porque prefiro ficar perto do palco para ouvir melhor a banda. Morri porque já confundi a porta de banheiro com a de emergência. Morri porque jamais o fogo pede desculpas quando passa. Morri porque já fui de algum jeito todos que morreram. Morri sufocado de excesso de morte; como acordar de novo? O prédio não aterrissou da manhã, como um avião desgovernado na pista. A saída era uma só e o medo vinha de todos os lados. Os adolescentes não vão acordar na hora do almoço. Não vão se lembrar de nada. Ou entender como se distanciaram de repente do futuro. Mais de duzentos e quarenta jovens sem o último beijo da mãe, do pai, dos irmãos. Os telefones ainda tocam no peito das vítimas estendidas no Ginásio Municipal. As famílias ainda procuram suas crianças. As crianças universitárias estão eternamente no silencioso. Ninguém tem coragem de atender e avisar o que aconteceu.

As palavras perderam o sentido.”


 
 
 

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QUEM VOS FALA:
Meu nome é Matheus Ferraz, sou natural de Timóteo, gosto de bons papos, gente divertida, livros bem escritos e música bem tocada, tenho um poodle e uma calopsita, atualmente sou assessor parlamentar, participo da Pastoral da Juventude desde 2010 e hoje estou como Coordenador regional.​
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