Você os vê!?
- Matheus Ferraz
- 11 de mar. de 2016
- 2 min de leitura
E aí que o mundo vai mal... MUITO MAL!
Acho justo começar este texto partilhando com vocês minha indignação com um movimento ainda sem nome que vem crescendo nas grandes cidades. Dizem que tais ações tiveram inicio em Nova Iorque e rapidamente vem se alastrando pelo mundo. Esse movimento se baseia em pequenas ou grandes intervenções para afastar os moradores de rua.
Como?
Alguns fatos são mais comuns, como a opção por bancos de praça divididos com barras, assentos de pontos de ônibus desenhados com o propósito de serem desconfortáveis e, inclusive, o uso de produtos químicos nas fachadas para afastar com o cheiro forte os frequentadores “indesejados”. Mas algumas mais criativas merecem um prêmio.
Em São Francisco, nos EUA, os donos de uma casa de shows decidiram colocar no último volume a reprodução de sons de serras elétricas, motocicletas e britadeiras para impedir que os desabrigados possam dormir por lá. No centro de São Paulo, algumas lojas usam sprinklers ou mangueiras para molhar de hora em hora as suas fachadas.

"Que tipo de sociedade é esta em que a falta de moradia é resolvida com pregos?"
“Feio, derrotista e estúpido” é como o Prefeito de Londres Boris Johnson, chamou recentemente uma prática. São feias porque tornam as cidades mais inóspitas, desumanizando aqueles que já se sentem privados de humanidade. Derrotistas e estúpidas porque não lidam com o problema diretamente. Preferem utilizar a velha e falida tática “o que os olhos não vêem o coração não sente”. Lamentável. Seria melhor as prefeituras, ou redes de comércios criarem projetos sociais a fim de atender os mesmos? Que tal um lar para Ex-Moradores de rua?
Descendo um pouco, chegando até nós. O que temos feito em favor dessas pessoas? Todos os dias passamos por moradores de rua, será que me todos esses dias os damos bom dia? Quantas vezes você já lhes ofereceu um café? Acho muito engraçado quando fazemos uma limpa no guarda-roupas e procuramos alguém que conheça algum lugar com condições bem precárias, uma cidade bem afastada para receber doação de roupas e calçados.
Nos preocupamos muito com quem está longe e não olhamos para quem está ao nosso lado. Praticamente todo mundo doou algo para as vítimas da tragédia de Mariana, mas será que em nossas cidades fazemos o dever de casa?
Muitas vezes aquela pessoa que está ali na calçada só precisa ser vista, ser tratada com dignidade, na ausência um lanche, uma roupa, dê um bom dia, um sorriso, seja humano!


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